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Saúde
Sábado - 04 de Junho de 2011 às 10:13
Por: Matheus Pessel

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Medo com a doença fez aumentar proteção contra doenças transmitadas por sexo e por sangue
Medo com a doença fez aumentar proteção contra doenças transmitadas por sexo e por sangue

Em 30 anos, a aids passou de uma das mais mortais doenças para um mal crônico - pelo menos naqueles casos de pacientes conscientes, que tomam seus remédios e visitam seus médicos regularmente. Contudo, com o avanço do tratamento, a população começou a perder o medo da doença e muitas pessoas pararam de se cuidar - o que leva ao aumento de casos. Essa é a opinião do doutor Marcos Boulos, professor do Departamento de Moléstias Infecciosas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Quando os primeiros casos de síndrome da imunodeficiência adquirida (sida, mais conhecida pela sigla em inglês - aids) surgiram, no dia 5 de junho de 1981, a doença assustou o mundo. Se por um lado trouxe morte para muitas pessoas, podemos considerar que ela teve um lado positivo - as pessoas se conscientizaram da importância de usar camisinha em relações sexuais, de não dividir seringas ao usar drogas - e sempre usar seringas descartáveis em hospitais - e até os médicos e dentistas começaram a se proteger mais em cirurgias. Essa conscientização ajudou a diminuir os casos de doenças transmitidas por sexo e sangue, principalmente a hepatite B, tão perigosa quanto a aids - ou até mais, já que o tratamento não é tão eficiente.

"No passado, você via muita infecção por HIV e as pessoas em uma fase terminal. (...) As pessoas tinham muito medo e, como hoje a doença passou a ser tratada como crônica, você não vê mais esses pacientes (em fase terminal). A preocupação diminuiu", diz Boulos.

O médico explica que estudos indicam que se uma vacina fosse criada, por exemplo, e tivesse uma taxa de imunização de 98% - ou seja, a vacina não faria efeito em 2% das pessoas que a recebessem -, a preocupação cairia tanto que o número de casos iria aumentar ainda mais. "Era um receio para obter uma vacina. Se a vacina for muito boa, as pessoas vão voltar a suas relações sem preservativos", diz o professor. "Se as pessoas se sentem protegidas, param de usar preservativo, voltam a usar drogas por via venal, por isso a vacina teria que ser muito mais eficaz", complementa.

Dos gays às donas de casa
Boulos explica que quando surgiu, nos anos 80, acreditava-se que a aids ocorria apenas em homossexuais, mas pouco tempo depois isso mudou. Agora sabemos que ela afeta qualquer pessoa, independente de cor, sexo, faixa etária. Hoje, por exemplo, os casos aumentaram muito entre pessoas casadas.

O problema, explica o professor, é que a segurança que se sente no casamento leva à falta de proteção. Contudo, se o companheiro tem uma relação fora do casamento sem usar camisinha, acaba levando para casa o vírus. "As pessoas precisam estar mais esclarecidas. Você acaba confiando no parceiro e eventualmente se essas pessoas têm uma vida secreta que não é divida com o parceiro, acaba transmitindo".





Fonte: Terra

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