Os comentários foram resposta a declarações do presidente afegão, Hamid Karzai, que condenou o bombardeio que matou 14 civis, sendo 12 crianças e duas mulheres, no sul do país.
"O presidente Karzai expressou em várias oportunidades preocupação com vítimas civis. Estas são preocupações que compartilhamos e levamos muito a sério", disse o porta-voz Jay Carney.
Pouco antes no domingo, o escritório de Karzai havia emitido um comunicado no qual classificava o ocorrido "um grande erro" e "em nome do povo afegão, o presidente dá este último aviso para as tropas e comandantes dos Estados Unidos".
O ataque
O ataque, na província de Helmand, no sudoeste do Afeganistão, tinha insurgentes como alvo, mas acabou atingindo duas casas de civis, de acordo com relatos.
O bombardeio ocorreu depois que uma base dos fuzileiros navais americanos foi atacada no sábado.
Um grupo de pessoas do vilarejo de Sera Cala viajou até a capital de Helmand, Lashkar Gah, levando consigo os corpos de oito crianças, a mais nova com dois anos de idade, segundo informa o correspondente da BBC em Cabul Quentin Sommerville.
"Veja, eles não são do Talebã", bradavam as pessoas enquanto mostravam os corpos a jornalistas locais, levando-os à sede do governo.
Mais cedo, um soldado da coalizão ocidental foi morto em uma batalha com insurgentes na mesma área, o que levou a Otan a realizar o bombardeio, disse um porta-voz da missão internacional no Afeganistão.
Enquanto os grupos rebeldes islâmicos são responsáveis pela maioria das mortes de civis no Afeganistão, as mortes de afegãos por parte de soldados estrangeiros é uma fonte cada vez maior de ódio, diz o correspondente da BBC.
Mortes por engano
Na quarta-feira, 20 policiais afegãos e 18 civis foram mortos em um ataque aéreo da Otan no Nuristão, nordeste do país, no qual cerca de 30 combatentes do Talebã também foram mortos, segundo disse neste domingo à agência AFP o governador da província.
Os policiais e os civis foram mortos depois de serem confundidos com militantes, disse o governador. O Nuristão foi palco de intensas batalhas entre o Talebã e as forças de segurança afegãs na semana passada.
Já no norte do país, medidas de segurança foram tomadas para o funeral do general Mohammad Daud Daud, comandante da polícia para o norte do Afeganistão, morto neste sábado em um atentado suicida contra a sede do governo da província de Takhar.
Daub é uma das sete pessoas mortas no ataque assumido pelo Talebã. O general é o mais alto integrantes do governo afegão morto pelo grupo insurgente este ano.
O local do funeral não foi divulgado por razões de segurança.
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