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Educação/Vestibular
Sábado - 16 de Abril de 2011 às 15:58

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O pesquisador Wanderley Pignati, do Instituto de Saúde Coletiva da UFMT, participou esta semana de reunião com representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf), do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento/Superintendência Federal de Agricultura (Mapa/SFA), da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e da Secretaria de Saúde (SES). O encontro ocorreu durante toda a tarde na sede da Sedraf com a finalidade de discutir os resultados apresentados na dissertação de mestrado da bióloga Danielly Cristina A. Palma, intitulada “Agrotóxicos em leite humano de mães residentes em Lucas do Rio Verde (354 ao norte)”.

A iniciativa da reunião foi do Secretário de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar, José Domingos Fraga Filho, que convidou o orientador da dissertação, professor Wanderley Pignati, para dirimir dúvidas dos participantes da reunião e para lhes fornecer subsídios técnicos utilizados na pesquisa.
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A pesquisa realizada por Danielly Palma teve como objetivo determinar resíduos de agrotóxicos em leite de mães residentes em Lucas do Rio Verde, que é o segundo maior produtor de grãos de Mato Grosso. O trabalho revelou que todas as amostras de leite materno de 62 nutrizes apresentaram pelo menos um tipo de agrotóxico analisado. Segundo a autora “os resultados podem ser oriundos da exposição ocupacional, ambiental e alimentar do processo produtivo da agricultura que expôs a população a 114,37 litros de agrotóxico por habitante na safra agrícola de 2009/2010, estando incluídas nessa exposição as gestantes e nutrizes que podem ter sido contaminadas nesse ano de 2010 ou em anos anteriores.”

Wanderley Pignati fez uma exposição de mais de uma hora, tendo, entre outros assuntos, abordado questões como agrotóxicos e doenças humanas; agrotóxicos e danos ambientais; impactos do agronegócio e dos agrotóxicos e os agravos à saúde da população de Mato Grossos no período de 1998 a 2007; destinação dos vasilhames vazios dos agrotóxicos; resíduos de agrotóxicos nos alimentos; tipos de agrotóxicos usados em Lucas do Rio Verde e seu grau de toxidade. Pignatti citou outras pesquisas realizadas na UFMT e em outros estados e países e elencou sugestões para diminuir os impactos dos agrotóxicos na saúde da população e no ambiente. Na sua opinião, é preciso implantar uma vigilância à saúde completa, que contemple os aspectos epidemiológico, sanitário, ambiental, farmacológico, alimentar e do trabalhador. Deve-se, ainda, acrescentou “fazer cumprir o código florestal, monitorar os agrotóxicos, implantar fóruns de elaboração de normas de monitoramento, ampliar os investimentos em tecnologias sustentáveis e sem agrotóxicos e na agroecologia, e tratar o modelo de produção químico-dependente como problema de saúde pública.”
A exposição do pesquisador da UFMT foi seguida de perguntas e debates e, ao final, o representante da Sedraf comunicou que seria formada uma comissão para aprofundar a discussão do assunto e que, oportunamente, seria convocada nova reunião.





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