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Saúde
Terça - 15 de Junho de 2010 às 13:33
Por: Camila Neumam

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Reprodução
A idade avançada aumenta as chances de adquirir doenças como diabetes gestacional e pressão alta, além de provocar abort
A idade avançada aumenta as chances de adquirir doenças como diabetes gestacional e pressão alta, além de provocar abort
O caso da indiana Bhateri Devi, de 66 anos, que deu à luz dois meninos e uma menina, é um exemplo de gravidez de altíssimo risco, segundo os especialistas consultados pelo R7. Bhateri deu à luz três bebês por meio de técnicas de fertilização in vitro, tornando-se a mulher mais velha do mundo a ter trigêmeos.

A idade avançada, aliada à gravidez tripla, aumentam as chances de a mulher sofrer com doenças como diabetes gestacional e pressão alta, além da ocorrência de aborto ou parto prematuros. A mãe também pode ter complicações cardíacas.

 

De acordo com o ginecologista Antônio Carlos Cunha, professor do curso de medicina da UnB (Universidade de Brasília), é preciso levar em conta que pessoas com mais de 60 anos tendem a ter a saúde mais delicada do que as mais jovens. Por isso, essa gestação tem de ser repleta de cuidados.

- É uma gravidez toda especial. Geralmente a mulher fica internada ou em repouso, porque está na menopausa e tem risco de sangramento. Dependendo do problema de saúde que ela tem, os remédios podem comprometer a criança. Há ainda o perigo de descolamento da placenta, que leva ao sofrimento fetal crônico.

Mais de um bebê aumenta o risco da gestação 

A gravidez múltipla, no caso da indiana, é outro ponto que aumenta o risco da situação. Isso porque, mesmo para mulheres mais jovens, carregar mais de uma criança requer maior esforço do corpo feminino e dos próprios bebês, que têm de disputar os nutrientes e espaço dentro do útero, explica a ginecologista Silvana Chedid, especialista em reprodução humana e diretora da Clínica Chedid Grieco.

- Uma mulher de 66 anos já tem riscos aumentados pela idade. E, no caso dessa mulher, com gestação tripla, o risco de um parto prematuro ou de abortamento também é maior.

O processo de fertilização realizado na indiana só foi possível pela doação do óvulo de uma mulher mais jovem. Pela sua idade, ela já está na menopausa, período no qual as mulheres deixam de ovular e, consequentemente, passam a ser incapazes de engravidar naturalmente.

Espermatozoides são implantados nesse óvulo e os embriões resultantes são transferidos para dentro do útero artificialmente. No Brasil, a recomendação do Conselho Federal de Medicina é que se introduza no máximo quatro embriões por tentativa, para evitar gravidezes múltiplas.

Fertilização não é recomendada para idosas

Para Renato Fraietta, médico do grupo de reprodução humana da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), optar pela gravidez depois dos 60 não é recomendado.

- Não há nenhum mérito em se engravidar com essa idade, porque essa gravidez pode trazer mais riscos do que benefícios. Ela tem que engravidar com saúde. Mas, antes, é necessário fazer uma análise clínica para ver se ela tem coração e pulmão que aguentem uma gravidez ou um parto.

Fraietta frisa que não há uma idade limite para fazer o tratamento de fertilização. No entanto, há recomendações médicas que devem ser seguidas por questões de saúde e de ética. Segundo ele, qualquer gravidez acima dos 45 anos é considerada de risco. Antes disso, se a mulher for saudável, “dificilmente terá complicação", diz.  

Dos 45 aos 49 anos, o tratamento de fertilização só é recomendado depois de uma avaliação médica criteriosa. Acima dos 50 anos, de acordo com Fraietta, a gravidez deve ser desconsiderada por questões de saúde.

 

Preços altos e sucesso razoável

O tratamento de fertilização em vitro é recomendado para casais cuja mulher ou homem tenham algum problema de saúde que os impeçam de ter filhos. Entre as mulheres, as causas mais comuns da infertilidade são endometriose, entupimento das trompas e menopausa precoce. Nos homens, a produção pequena de espermatozoides é a principal causa.

Quem opta por fazer o tratamento tem de reservar um bom dinheiro. De acordo com a ginecologista Silvana Grieco, especialista em reprodução humana, uma única tentativa de fertilização custa, em média, R$ 10 mil – raramente o tratamento dá resultado na primeira vez. Em mulheres com menos de 30 anos, as chances de sucesso são maiores, entre 60% e 70% a cada tentativa. Entre as que têm de 30 a 35, a chance cai para 45%. Quem tem mais de 40 anos apresenta 30% de chance. Acima dos 45 anos, a possibilidade de engravidar despenca para 8% e a doação do óvulo passa a ser a alternativa indicada.

Assista ao vídeo:

 





Fonte: do R7

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