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Educação/Vestibular
Quarta - 16 de Dezembro de 2009 às 11:50
Por: Elisete Mengatti/Cleber Gellio

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Já chega a 4.892 o número de jovens e adultos mato-grossenses acima de 16 anos beneficiados pelo Programa de Educação Profissional de Trabalhadores e Produtores Rurais de Baixa ou sem Escolaridade, promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-AR/MT).

No Brasil, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o analfabetismo atinge 16 milhões de cidadãos com mais de 15 anos e 50 milhões de brasileiros que não dominam a leitura e a escrita. A taxa da população acima de 15 anos é de 12,4%. Das quase 5 mil pessoas que não integram mais o grupo dos &145iletrados&146 em Mato Grosso, 500 se formaram nesta semana, período que marca o encerramento dos cursos que começaram no mês de agosto, em 13 municípios.

"O objetivo é possibilitar a profissionalização associada ao processo de escolarização. Desta forma preparamos o trabalhador para a realidade do mercado de trabalho, fixando o homem no campo, ampliando os níveis de produção e produtividade e melhorando as suas condições de vida e de sua família", disse o presidente do Senar-MT, Normando Corral.

Qualidade de vida que já pode ser percebida pelo entusiasmo na comunidade quilombola Mutuca, distante 15 quilômetros do município de Nossa Senhora do Livramento (42 km ao sul de Cuiabá), onde 18 moradores da família Ferreira participaram este ano pela primeira vez do programa. Até mesmo a professora Laura Ferreira da Silva, que passou pela capacitação para professores no mês de julho na sede da instituição em Cuiabá.

"Foi um desafio para mim. Além de contribuir para a formação de meus amigos, aprendi muito com a troca de experiências, visto que o ponto de partida para a aprendizagem se baseia num método (Paulo Freire) que visa o desenvolvimento da consciência crítica, o conhecimento e o respeito pelo educando, relacionando o meio em que os alunos vivem e que representa o anseio de cada um", afirmou Laura.

Contribuindo para a integração na sociedade e pleno exercício da cidadania, o Programa, implantado em 1999, traz uma visão libertadora em sua essência. Fator que desperta boas perspectivas entre os alfabetizandos que passam durante quatro meses estudando incentivados pelos professores. É o caso de Germano Ferreira de Jesus, que aos 55 anos não abre mão de sonhar em fazer uma faculdade para se tornar advogado.

"Eu ainda vou fazer uma faculdade para defender o direito da comunidade. Quando nossos familiares chegaram por aqui não tinham direito de ter sequer um nome, quanto menos uma terra para produzir ou estudo. Hoje tudo mudou e nada mais nos impede de sonhar", relata Germano.

Já o aluno mais velho da turma, com 68 anos, seu Leonidio Ferreira de Jesus, garante ter muita disposição e quer escrever um livro sobre a história dos quilombolas, ouvida de sua bisavó quando ele era criança. "É um objetivo e se Deus prolongar minha presença aqui na Terra vou escrever uma obra sobre meu povo", exclamou Leonidio.





Fonte: Da Assessoria

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