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Educação/Vestibular
Terça - 10 de Novembro de 2009 às 09:40

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Crescimento rápido, mensalidades baratas e muitas notas baixas resumem o passado e o presente da Uniban (Universidade Bandeirante de São Paulo), que ganhou visibilidade nas últimas semanas após uma aluna ser hostilizada por outros estudantes por usar um vestido curto.

Criada em 1994, após a união de pequenas faculdades, a instituição apostava em cursos para a classe média. Dez anos depois, mudou de perfil e passou a buscar alunos mais pobres. Cortou custos e baixou as mensalidades, política que persiste até hoje (há mensalidades "a partir de R$ 199") e foi anunciada em uma campanha cujo garoto-propaganda era Pelé.

"A Uniban foi uma das primeiras a apostar na 'classe C menos'. Em relação às matrículas, deu muito certo", diz o consultor Carlos Monteiro.

De 2004 a 2007 (último dado disponível), o número de matrículas teve crescimento de 140%, assumindo a quarta colocação entre as maiores do país, atrás de Unip, Estácio de Sá e Nove de Julho. Tem hoje cerca de 70 mil alunos.

Pesquisadores do setor apontam que o crescimento rápido teve um forte impacto na qualidade dos cursos oferecidos pela Uniban. No último exame do governo federal, que avaliou 35 cursos da instituição, 16 foram considerados como insatisfatórios; 13 atingiram o mínimo patamar esperado; seis não tiveram nota, por questões metodológicas. Nenhum foi 'top'.

Em outra avaliação do governo, que considera desempenho dos alunos, perfil dos professores, entre outros, a instituição teve desempenho considerado mediano, mas no limite do insatisfatório (na escala de 0 a 500, tirou 195; um a menos rebaixaria para insatisfatório).

A Uniban tem sido cobrada pelo Ministério Público Federal para que aumente o número de professores com dedicação integral, que ganham para lecionar e pesquisar.

O barateamento do corpo docente é apontado por especialistas na área da educação como uma das causas para a redução das mensalidades --e da qualidade dos cursos.

Polêmicas

A Uniban é dirigida por Heitor Pinto Filho, formado em direito. Foi candidato a vice-governador de Paulo Maluf em 2002. Comanda a universidade desde a sua criação.

No começo desta década, a criação de um campus em Osasco (Grande SP) foi o pivô de uma das maiores polêmicas da instituição. A universidade acusou a Unip de ter tentado barrar a ampliação, via voto no Conselho Nacional de Educação. A questão foi parar na Justiça, que deu razão à Uniban.





Fonte: Folha de S.Paulo

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