Estudo cubano indica "fórmula" para viver mais de cem anos

Ser mulher, cultivar algum tipo de prática espiritual e ter hábitos sadios são alguns dos fatores que trazem mais possibilidades para a superação da barreira dos cem anos de vida, ao menos em Cuba, de acordo com um estudo divulgado nesta sexta-feira em Havana.

A Agência Nacional de Idosos e Serviço Social apresentou os resultados de uma pesquisa realizada com 270 pessoas de cem ou mais anos em Havana, como parte de um trabalho sobre o grupo, que ainda está em fase de execução.

Os resultados do estudo, que começou a ser elaborado em 2005, revelam que dos 270 centenários da capital cubana, 210 são mulheres e que, entre outros aspectos, a maior parte não fuma, não bebe álcool, mantém hábitos sadios e cultiva algum tipo de prática espiritual.

O trabalho revela também que a maior parte dos centenários --256-- vive em companhia de alguma pessoa. Segundo o diretor da agência, Alberto Fernández, o estudo pode servir de modelo para pesquisas em outras regiões de Cuba, embora ainda faltem três Províncias para completar o perfil dos mais de mil cubanos que superaram os cem anos de idade.

Cerca de 12 dos entrevistados destacaram a importância de encontrar "alegria para viver", de manter uma encorajada interação social recebendo visitas, conversando com amigos e familiares, de permanecer ativo e de se sentir querido.

"Me propuseram casamento aos 70 anos, imagine você", disse à agência Efe Enriqueta Herrera, uma cubana de 105 anos com oito tataranetos, que, a esta altura, diz que já descartou a possibilidade de ter um namorado.

Enriqueta cuida de seu coração desde 1989 com medicamentos sob prescrição médica. Ela

lembra que seu filho mais velho morreu aos 83, após ter sido "sempre muito mulherengo".

"Eu tomo meu remédio todos os dias às cinco da manhã, bebo uma taça de vinho no almoço e fumo um charuto por dia", afirma.

Ela diz, no entanto, que sempre manteve uma alimentação saudável, que tomava emulsões a base de fígado de bacalhau e que quando era mais jovem costumava ingerir, uma vez por semana, um medicamento "para limpar o intestino".