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Saúde
Segunda - 02 de Abril de 2007 às 07:39
Por: Rose Domingues

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Cuiabá é apontada como a terceira capital do país no ranking da obesidade, só fica atrás de João Pessoa (PB) e Aracaju (SE), numa pesquisa recente do Ministério da Saúde. O levantamento indicou 45% dos adultos com sobrepeso e 13,6% obesos. Praticamente 30% deles não praticam exercício físico ou sequer realizam esforço intenso no trabalho, não se deslocam a pé ou de bicicleta e não fazem a limpeza pesada da casa.

A grande preocupação do primeiro levantamento telefônico realizado pela Vigilância de Fatores de Risco à Saúde do governo federal (Vigitel), é quanto aos riscos de doenças ligados ao excesso de peso e ao sedentarismo. Os problemas respiratórios, cardiovasculares, câncer e diabetes, entre outros, foram responsáveis por 63% de todas as mortes documentadas no país em 2004.

Para o endocrinologista Marcelo Maia, que atende no ambulatório de tratamento de obesidade da Secretaria de Estado de Saúde (SES), o clima muito quente favorece o consumo exagerado de refrigerantes e cerveja. No happy hour, depois do trabalho, as pessoas geralmente bebem e "beliscam" alimentos saborosos e com alto valor calórico, como pizza, batata frita, picanha na chapa com catupiry, salame, queijos e sanduíches. "Não adianta deixar de almoçar e tomar café-da-manhã e exagerar no jantar, saúde é uma questão de equilíbrio e bom senso".

A tendência natural em regiões quentes é comer menos, pois o organismo não precisa fazer muito esforço para produzir calor. Mas a situação se inverteu em Cuiabá porque a bebida normalmente está associada a uma alimentação inadequada, seja nos bares, restaurantes ou até mesmo em casa. Cada vez mais envolvidos numa rotina estressante de trabalho, os cuiabanos optam por comidas de preparo rápido, como os pré-cozidos ou lanches.

Maia afirma que existem famílias que consomem de oito a 10 litros de óleo por mês, usados principalmente nas frituras, compram bolachas, biscoitos, salgadinhos, hambúrguer e refrigerantes em fardos. "As crianças estão crescendo na frente da TV, com um pacote de bolacha ou salgadinho numa mão e refrigerante na outra".

Pressa como inimiga da saúde. A nutricionista Daniela Bortoli explica que os processos químicos pelos quais determinados alimentos passam são bastante prejudiciais, pois para realçar o sabor, a indústria utiliza em larga escala as gorduras que elevam a taxa de colesterol LSD, considerado "ruim" ao corpo. Além disso, tais pratos em geral contêm alto teor de carboidratos e conservantes. "O hábito errado leva a pessoa a ter uma fome exagerada, fator que aumenta a obesidade entre crianças e adolescentes".

Sobre o serviço - O ambulatório da SES trata cerca de 4 mil pessoas, cerca de 30% são pacientes do interior e outros estados. Conta com três endocrinologistas, cinco nutricionistas, quatro psicólogas, um psiquiatra, uma enfermeira e um cardiologista. As consultas são agendadas num prazo entre 30 e 90 dias, dependendo da gravidade do caso. A primeira consulta deve ser marcada na rede básica (postos de saúde ou policlínicas) através da Central de Regulação.





Fonte: Gazeta Digital

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