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Educação/Vestibular
Segunda - 18 de Dezembro de 2006 às 20:41

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“Esse concurso público diferenciado e específico para o povo indígena de Mato Grosso é uma vitória para nós, pois ao longo da história isso nos foi negado”. A frase foi dita pelo professor-índio Xavante Dário Piraiuce, da aldeia Nossa Senhora de Guadalupe no município de Barra do Garças ( 516 Km de Cuiabá), após receber o certificado de Edital de Convocação, entregue aos professores aprovados no concurso público indígena. O evento ocorreu na sexta-feira (15.12), no Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá.

Dário, que lecionava no Estado, como interino, há quatro anos, recebeu o certificado, juntamente com mais 68 professores-índios de 13 etnias, que passaram no concurso da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), para provimento do cargo de professor da Educação Básica Indígena, realizado em junho deste ano.

“Os nossos professores lutaram, durante muito tempo, para ter o reconhecimento da educação escolar indígena, com características específicas do nosso povo. O terceiro grau indígena e a realização do concurso público só vêm confirmar a valorização e o respeito que o governo do Estado tem por nós”, observou Dário.

A secretária de Estado de Educação, Ana Carla Muniz, destacou que a educação deve ser de qualidade para todos, porém respeitando a diversidade de cada povo. “Mato Grosso possui 42 municípios que contemplam terras indígenas, no entanto não podíamos deixar de pensar em uma educação que atenda de forma adequada essa parte da população. A prova disso são as várias ações realizadas pela Seduc e que contemplam a educação indígena, como o projeto ‘Hayô’, o ‘Terceiro Grau Indígena’ e agora o concurso público”, disse Ana Carla.

Após a convocação cada um dos 68 educadores apresentará a carta de aceitação ou recusa da comunidade a qual pertence e referendada pela Administração Executiva Regional da Fundação Nacional do Índio (Funai). Essa é uma exigência do povo indígena, os quais não aceitam a atuação de um professor que não faça parte da mesma etnia da aldeia em que leciona.

Após a convocação e entregue os documentos requeridos serão efetivadas as nomeações e posses para o início das atividades como servidor público do Estado, comprovando que a comunidade concorda com sua nomeação.

“O concurso público é um avanço para nossa luta, que há muito tempo vínhamos buscando. Nós lutamos pelo nosso espaço, pois queremos uma educação diferenciada e de qualidade para as comunidades indígenas e acredito que já conseguimos bastante” (sic), discursou o professor da etnia Meinako, Mutuá Mehenaku, da aldeia Kuikuru do alto Xingu, município de Gaúcha do Norte ( 595 Km de Cuiabá).

Também estiveram presentes na solenidade, a secretária-adjunta de políticas Educacionais da Seduc, Marta Darsie, o presidente da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (Uncme), Paulo Eduardo dos Santos, a presidente do Conselho Estadual de Educação, Alaídes Alves Mendieta, o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Sirineu Moleta e o coordenador da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) de Mato Grosso, Antônio Carlos Máximo.





Fonte: 24HorasNews

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