Repórter News - www.reporternews.com.br
Agronegócios
Quarta - 08 de Novembro de 2006 às 14:23

    Imprimir


Os preços do boi gordo em outubro foram os mais altos dos últimos 12 anos em dólares. No entanto, em reais ficaram abaixo da média no período. A taxa de câmbio explica o descompasso. A arroba do boi gordo foi comercializada a US$ 29, quando a média em 12 anos é de US$ 27, enquanto em reais ficou em R$ 62, para uma média no mesmo período de R$ 67 (corrigidos pela inflação), de acordo com a Scot Consultoria.

Para o analista Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria, o descompasso impede que os preços internos subam e encerrem o ciclo de baixa. "Quando o câmbio está valorizado, o frigorífico tem mais força para impedir a alta no mercado interno porque a matéria-prima fica cara", diz. Paulo Molinari, consultor da Safras & Mercado, acrescenta que os frigoríficos pagam preços compatíveis com o mercado internacional.

"As indústrias poderiam desembolsar mais, mas não conseguiriam exportar", diz. Para Rosa, o dólar pode se transformar no grande vilão da pecuária. Segundo ele, se os preços subissem para R$ 70 a arroba, de modo que permitissem rentabilidade, uma vez que os custos variam de R$ 50 a R$ 60 por arroba dependendo do sistema de produção, em dólares ficariam nos patamares dos Estados Unidos: US$ 37 a arroba. "O Brasil perderia competitividade", conclui.

Na avaliação do diretor da AgraFNP, José Vicente Ferraz, o câmbio não está se refletindo nas exportações porque o mercado internacional está aquecido, em virtude de uma maior demanda. "No entanto, quando o preço internacional cair, a margem também vai diminuir", afirma. Apenas neste ano, as cotações internacionais ficaram entre 15% e 30% mais altas, dependendo do corte e do tipo - industrializada ou in natura. As cotações que chegaram a R$ 65 a arroba em outubro, estão a R$ 55 a arroba.





Fonte: Agronotícias

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/262155/visualizar/