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Agronegócios
Quarta - 08 de Novembro de 2006 às 11:09

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O desligamento de 55 trabalhadores da fábrica da AGCO (multinacional que fabrica os produtos Massey Ferguson) em Santa Rosa (RS), na semana passada, sinaliza que o setor de máquinas agrícolas ainda sofre com a crise provocada pela queda do dólar e os baixos preços dos grãos.

Sem competitividade no mercado internacional e com os produtores brasileiros sem dinheiro para investimentos em máquinas, as indústrias contabilizaram queda de 32% nas exportações entre janeiro e setembro deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No mercado interno, as vendas estão estabilizadas.

O encolhimento do mercado justifica as demissões segundo o diretor de marketing da Massey Ferguson, Fábio Piltcher. "Com o número de funcionários que temos hoje, estamos conseguindo atender à demanda atual." Depois do corte de pessoal, a unidade passou a ter 446 funcionários. Outros 1.496 trabalham na planta da multinacional que responde pela fabricação de tratores em Canoas.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Santa Rosa, a unidade da AGCO na cidade já demitiu mais de 260 funcionários desde o início do ano, a maior parte deixou a empresa entre março e abril. De acordo com o vice-presidente do sindicato, Paulo Alves, a expectativa é de que a companhia determine novas férias coletivas na fábrica a partir de 1 de dezembro. Não seria a primeira parada da linha de produção neste ano. A planta de Santa Rosa teve 30 dias de férias coletivas em maio e agosto, além dispensas remuneradas em junho e setembro.

Para a Alves, as perspectivas não são animadoras em relação aos próximos meses, devido à estabilidade do mercado. "O que a empresa nos diz é que uma recuperação deve ocorrer apenas no segundo semestre de 2007", revela.

A redução nas vendas de colheitadeiras também deve trazer impactos negativos para o caixa da prefeitura de Santa Rosa, que estima uma redução em até 10% no índice de retorno do ICMS. O prefeito da cidade, Alcides Vicini, calcula que isso deve provocar uma queda de até 7% na receita do município.

O diretor de marketing da Massey Ferguson ainda descartou a possibilidade de desativação da unidade no noroeste gaúcho ou de transferência da linha de produção de colheitadeiras para a unidade de produção de tratores, em Canoas.

Já na fábrica da John Deere, em Horitontina, um acordo entre trabalhadores e a companhia vem evitando novas demissões, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da cidade. O presidente da entidade, Alcindo Kempfer, ressalta que mais de 240 operários perderam o emprego neste ano, sendo 200 somente nos meses de março e abril.

O acerto entre trabalhadores e a fábrica estabeleceu a concessão de férias coletivas e licenças remuneradas até o dia 31 de outubro. Ao todo a linha de produção de colheitadeiras ficou parada 118 dias. Até janeiro 2009, os trabalhadores devem compensar as dispensas remuneradas com horas extras. Por conta da baixa demanda, a linha de produção vem trabalhando em ritmo lento, segundo Kempfer. Em média sete colheitadeiras estão sendo produzidas por dia, numa fábrica com capacidade para 23 máquinas dia.

Conforme a assessoria de imprensa da John Deere, a crise do setor não deve afetar o cronograma das obras e início de operação da fábrica de tratores de Montenegro, prevista para julho de 2007.





Fonte: Agronotícias

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