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Policia MT
Quinta - 21 de Fevereiro de 2013 às 13:53
Por: Pollyana Araújo

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Pollyana Araújo/ G1
Thassya prestou depoimento sobre o caso nesta quinta
Thassya prestou depoimento sobre o caso nesta quinta

Pouco antes de prestar depoimento à Justiça nesta quinta-feira (21), a jovem Thassya Alves, uma das 13 testemunhas de acusação, disse que a perda da mãe e do filho de 4 anos, mortos supostamente pelo ex-namorado dela, Carlos Henrique da Costa de Carvalho, de 25 anos, é irreparável. "Nada vai curar a dor e a saudade que sinto deles. Eram as duas pessoas mais importantes para mim. Meu filho era a metade de mim", declarou. O crime ocorreu em novembro do ano passado.

Thassya está grávida de seis meses do acusado de jogar o filho dela, Ryan Alves Camargo, de uma ponte sobre o Rio Cuiabá e de matar a mãe, Admárcia Mônica da Silva, de 44 anos, após esfaqueá-la e atear fogo no corpo dela. Ela disse, no entanto, que jamais pensou em rejeitar a gravidez ou o bebê por causa do pai e da situação. "Não quero mais nenhuma perda, independentemente de quem seja o pai. Se Deus quis assim, vou respeitar a vontade dele", afirmou.

Ela disse ainda que espera uma menina e que o nome será em homenagem ao filho e à mãe. Segundo Thassya, a criança irá se chamar Nayra, que quer dizer Ryan ao contrário. O segundo nome será Márcia, como a mãe era mais conhecida.

Quando o crime ocorreu ela estava separada do acusado. Ela avaliou que a intenção do ex-namorado, ao ir até a casa da mãe, era matá-la. No entanto, como ela não estava, possivelmente teve uma discussão com a mãe dela e a esfaqueou. Em seguida, o acusado pegou o menino e o levou até a ponte Julio Muller, entre Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da capital, local de onde o jogou.

Sobre o relacionamento com o acusado, que também deve depor nesta quinta-feira, no Fórum de Cuiabá, Thassya disse que há alguns meses antes do ocorrido, o então namorado a agrediu, mas ela afirmou que jamais imaginou que ele tivesse coragem de cometer o crime, o que classifica de "barbárie". "Eles [Carlos Henrique e Ryan] eram amigos, eles se davam muito bem, mas quando me separei ele [Carlos] disse que eu só gostava do meu filho, que fazia tudo para o meu filho, demonstrando ciúmes", contou.

Antes disso, porém, alegou que nunca houve nenhum problema entre o namorado e o filho. Também afirmou não saber se o acusado usava droga. "Depois da separação que fiquei sabendo que ele teve uma passagem na polícia por tráfico, mas eu não sabia disso", disse.

Além de Thassya, 12 testemunhas de acusação devem depor contra o réu, entre elas a dona de casa Selma Araújo, que viu o momento que o técnico de informática estava com a criança nua na ponte. "Estava passando de carro com o meu marido e vi que ele segurava a criança sem roupa, o que me chamou a atenção. Pensei que fosse o pai tentando levar o filho ao hospital, mas mesmo assim ligamos para a polícia", contou.

Outra testemunha, que preferiu não ter o nome divulgado, é o motociclista que presenciou o momento que o menino foi jogado da ponte. "Fiz o que pude. Já fui muito criticado porque falam que poderia ter evitado, mas fiz o que pude, até porque nem sei nadar direito. Chamei a polícia, fui até a delegacia depois para reconhecer o suspeito", afirmou.

Também devem ser ouvidos pela juíza Ana Cristina Silva Mendes, da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, cinco testemunhas de defesa.

O acusado está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE), desde a data do crime. Ele alegou que não iria se manifestar sobre o caso e que iria falar sobre o assunto somente em juízo.

Testemunhas, familiares e amigos foram até o Forum com cartazes e camisetas em homenagem (Foto: Pollyana Araújo/ G1)Testemunhas, familiares e amigos foram até o Fórum com cartazes e camisetas em homenagem (Foto: Pollyana Araújo/ G1)



O pai de Ryan, Lauro Camargo, familiares e amigos foram até o Fórum com cartazes e faixas em protesto pela morte de Admárcia e Ryan. "Queremos Justiça", disse o pai, que não foi arrolada como testemunha no caso, mas que permaneceu na porta da Vara onde é realizada a audiência.





Fonte: Do G1 MT

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