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Saúde
Terça - 28 de Março de 2006 às 08:36
Por: Silvana Ribas

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O fracionamento das doses de medicamentos que compõem o coquetel anti-aids ainda não será adotado em Mato Grosso. A recomendação do fracionamento é do próprio Ministério da Saúde (MS), em decorrência dos baixos estoques do medicamento 3TC combinado com AZT. O secretário adjunto de Saúde do Estado, Antônio Augusto de Carvalho, garante que há estoque para atender 1.128 pacientes cadastrados por pelo menos um mês. O fracionamento é a distribuição de remédios suficientes somente para 15 dias e não 30 a cada paciente. Mas a organização não-governamental (ONG) "Corações Amigos", que há 6 anos atua no apoio aos pacientes soropositivos, garante que a realidade é outra. Não há estoques reguladores e apartir desta semana deve começar a faltar medicamentos.

C., que é soropositivo e integrante da "Corações Amigos", assegura que está não é a primeira vez que o estado anuncia que os medicamentos existem e que em seguida se comprova o desabastecimento. "Existem apenas 10 frascos do medicamento Biovir na farmácia do Centro Estadual de Referência de Média e Alta Complexidade. Estes são os últimos disponíveis no Estado. A substituição do Biovir por outro medicamento implica na ingestão de outras 8 cápsulas para cada uma delas para obter o mesmo resultado".

Carvalho, no entanto, está otimista e assegura que há estoque de 2 principais componentes do coquetel e que o fracionamento pode nem ser adotado aqui. Ele diz ter recebido informações do MS de que num prazo de 15 dias a distribuição será normalizada em todo o país.

Produzido em laboratórios públicos, o 3TC combinado com AZT tem um consumo médio mensal de 60 mil doses no Brasil. A diretora adjunta do Programa Nacional de DST-Aids do Ministério, Mariângela Simão, afirma que a entrega irregular de matéria-prima não ocorre apenas no Brasil.

Outros 6 países enfrentaram o mesmo problema há alguns meses. Segundo ela, nos últimos tempos, houve um aumento significativo do consumo de remédios anti-retrovirais, sobretudo os mais baratos. A previsão é de que haja um colapso no fornecimento, caso a capacidade mundial de produção de matéria-prima não seja ampliada.

Em Mato Grosso existem 5 Serviços de Atendimento Especial (SAE) que fazem a distribuição dos medicamentos anti-retrovirais aos pacientes soropositivos. Em Cuiabá são 2, o SAE do município e um estadual. Outros estão em Várzea Grande, Rondonópolis e Sinop.





Fonte: A Gazeta

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