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Saúde
Quinta - 23 de Março de 2006 às 06:37

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Os vírus de gripe que atingem o homem são mais inclinados a se juntarem a células mais ao topo das vias respiratórias, aumentando ao máximo suas chances de serem transmitidos por tosse ou espirro.

Pesquisadores da Universidade de Wisconsin, Estados Unidos, descobriram que o vírus da gripe aviária se liga a células localizadas nas partes mais baixas das vias respiratórias humanas.

A pesquisa da Universidade de Wisconsin foi publicada na revista científica Nature.

A variante H5N1 do vírus da gripe aviária se espalhou pela Europa, África e partes da Ásia, já matou cerca de 100 pessoas no mundo todo e infectou cerca de 180 outras pessoas desde seu reaparecimento em 2003.

Mas o vírus ainda não pode ser transmitido facilmente entre humanos.

Cientistas temem que se o vírus sofrer uma mutação e desenvolver a habilidade de passar de um ser humano para outro poderá ocorrer uma epidemia de gripe aviária, com milhões de mortes no mundo todo.

Molécula

A equipe de cientistas da Universidade de Wisconsin investigou o que leva o vírus a não ser transmitido facilmente entre humanos apesar do fato de poder fazer cópias de si mesmo com muita eficiência quando já está dentro do pulmão humano.

Vírus de gripe que infectam humanos e aves são conhecidos por conterem versões ligeiramente diferentes da mesma molécula, encontrada na superfície de células que forram o aparelho respiratório.

O último estudo descobriu que a versão da molécula que é o alvo preferido dos vírus de gripe que atingem os humanos são mais predominantes em células localizadas nas partes superiores das vias respiratórias.

A molécula que é atingida pelo vírus da gripe aviária, por outro lado, eram mais predominantes dentro do pulmão, em estruturas chamadas alvéolos.

Se o vírus da gripe aviária está no fundo dos pulmões, suas chances de ser transmitido por meio de tosse ou espirro são mínimas.

Vítimas

O professor Ian Jones, da Universidade de Reading, na Grã-Bretanha, afirmou que a pesquisa explicou porque, apesar de algumas pessoas, particularmente crianças, terem sido contaminadas pelo vírus, ele continue um vírus de aves.

"Aparentemente, elas apenas tiveram pouca sorte e receberam uma quantidade suficiente do vírus em suas bocas para que ele tivesse acesso à parte baixa do pulmão, uma distância que é menor em crianças do que em adultos", afirmou.

"Isso leva a crer que um contato acidental com o vírus pode não ser tão perigoso como se pensava!, afirmou.

Jones disse, no entanto, que é possível que o vírus passe por uma mutação e ganhe a abilidade de se ligar a células que ficam no topo das vias respiratórias.

"Continua fazendo sentido planejar para uma eventualidade desse tipo", completou.

Laurence Tiley, da Universidade de Cambridge, disse que a descoberta americana pode mesmo explicar parcialmente porque o H5N1 é ineficaz em passar de uma pessoa para outra, mas disse duvidar que seja a resposta toda.





Fonte: BBC Brasil

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