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Saúde
Terça - 07 de Março de 2006 às 14:54

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A notícia de que um gato contraiu o vírus H5N1, da gripe aviária, sem desenvolver os sintomas da doença pode significar que o vírus estaria se adaptando aos mamíferos e representaria um perigo cada vez maior para os seres humanos, disse hoje uma autoridade da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Michael Perdue, cientista que participa do programa da OMS de combate à gripe, afirmou serem necessários mais estudos sobre a presença do H5N1 em gatos. Mas ressaltou não haver indícios atualmente de que os gatos sejam portadores secretos de um vírus capaz de acabar com bandos inteiros de aves em 48 horas e eventualmente contaminar pessoas.

Na segunda-feira, a Áustria divulgou que um gato de uma clínica veterinária da cidade de Graz (sul) havia apresentado o vírus H5N1 sem, até agora, manifestar os sintomas da doença.

O vírus, no entanto, demora até uma semana para provocar os sintomas, e o gato da Áustria ainda pode desenvolver a gripe, afirmou Perdue.

"Temos de acompanhar o caso com estudos laboratoriais para ver se ele (o vírus) mudou geneticamente e se não está mais provocando sintomas clínicos", disse o cientista. "Se for esse o caso, então o vírus sofreu uma mudança significativa", acrescentou.

O vírus matou 95 pessoas no leste da Ásia e no Oriente Médio desde o final de 2003. A maior parte das vítimas contraiu a doença ao manter contato direto com aves doentes.

Especialistas temem que o vírus sofra mutações e seja capaz de passar de uma pessoa para outra facilmente. Nesse caso, ele poderia provocar uma pandemia mundial na qual milhões de pessoas morreriam.

A existência de animais portadores do H5N1 sem sintomas da doença poderia dificultar a detecção do vírus e a contenção da gripe aviária. Quanto mais tempo um vírus permanecer inativo em um mamífero, sem deixá-lo doente ou matá-lo, maior o risco de que sofra mutações e adquira uma forma perigosa.

"Quanto mais tempo ficar nos mamíferos, é mais provávelque se adapte ao mamíferos em vez de ficar nas aves. Se o vírus sofrer todas as mutações necessárias para passar facilmente de um mamífero para outro, o risco para os seres humanos seria maior", afirmou Perdue.

O gato austríaco estava entre 170 mantidos perto de aves, entre as quais um cisne que morreu devido à doença e galinhas e patos onde o vírus foi encontrado depois de eles terem sido sacrificados no mês passado.

As autoridades austríacas começaram a realizar testes em mamíferos na clínica veterinária depois do surgimento de um surto do H5N1 ali. Na semana passada, a Alemanha registrou o primeiro caso na Europa de um gato contaminado pela gripe aviária. O animal veio da ilha de Ruegen, onde várias aves morreram em virtude do vírus.

"Não há ainda indícios de transmissão do H5N1 do gato para pessoas. Isso mudaria tudo. E se o vírus começar a circular entre os gatos, o problema seria grande", disse.





Fonte: Reuters

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