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Educação/Vestibular
Segunda - 16 de Janeiro de 2006 às 21:19

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Uma nova opção de lazer pode reduzir o índice de criminalidade entre os jovens e transformar a unidade escolar em espaços para a construção da cidadania e inclusão social. Através da Lei n° 7.447/01, de autoria do deputado estadual Carlos Brito (PDT), a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) pode desenvolver o projeto “Abrindo o Jogo”.

A Lei, criada por Brito, autoriza a cedência das instalações físicas dos estabelecimentos públicos estaduais nos feriados e finais de semana para uso da comunidade. O objetivo é proporcionar a integração e melhorar o relacionamento entre comunidade, aluno, escola e professor.

O “Abrindo o Jogo”, implantado por meio do Programa Escola Atrativa, já oferece as modalidades de judô, caratê e jiu-jitsu em 35 escolas, que passarão a ser abertas nos finais de semana. O projeto era desenvolvido em horários extras nos dias úteis. O programa prevê o atendimento aos alunos dos Ensinos Fundamental e Médio.

Além das escolas, a Lei 7.447 prevê também a utilização das dependências de auditórios, ginásios e quadras esportivas, estádios e espaços culturais, com acesso franqueado à população. Esses estabelecimentos ficarão disponíveis à comunidade, para serem utilizadas como centro de lazer, atividades culturais e esportivas, entre outras a serem desenvolvidas pelo Poder Público ou entidades não governamentais.

De acordo com dados* da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), os índices de violência no Brasil cresceram na última década de forma preocupante. Em 1991, mais de 30 mil pessoas foram vítimas de homicídio no país. Esse número chegou a mais de 45 mil em 2000, um aumento de 50,2%.

Carlos Brito enfatiza que a mesma pesquisa revela que os jovens são as principais vítimas dessa realidade: dos 45.919 óbitos por homicídio registrados no ano 2000, 17.762 (38,7%) eram pessoas na faixa etária de 14 a 25 anos.

“O estudo revela ainda que as crianças e adolescentes tornam-se mais suscetíveis à violência nos sábados e domingos, quando os homicídios contra jovens crescem 73% em relação à média registrada nos dias úteis”, explica Brito, argumentando que o acesso da população aos estabelecimentos públicos nos finais de semana, como uma opção de lazer e desenvolvimento de atividades como esportes, teatro, dança, gincanas, palestras, etc, pode ser fundamental para a redução desse número.

De acordo com a Lei, secretarias competentes garantirão os meios suficientes para manter em funcionamento as instalações do prédio para as atividades a serem desenvolvidas.

Pensando numa iniciativa preventiva contra a violência e na inclusão social dos jovens, Brito já tem desenvolvido trabalhos semelhantes como a construção da Praça das Bandeiras, na avenida do CPA, e um espaço para o desenvolvimento de práticas de escotismo, destinada aos escoteiros do Estado, no Parque Massairo Okamura.

Projeto Escola Aberta

A Unesco criou no ano de 2000 o Programa Abrindo Espaços: Educação e Cultura para a Paz, que atualmente é desenvolvido em mais de 10 estados brasileiros, em parceria com Governos Estaduais e Municipais. As escolas públicas são abertas nos finais de semana com oficinas e ações diversas, que contemplam atividades de estímulo à expressão oral, artística, de desenvolvimento físico, reforço escolar, de convivência e sociabilidade, cidadania, dentre outras.

Os números mostram que as escolas de Pernambuco, um dos estados beneficiados pelo programa, conseguiram melhorias de 83% nos casos de indisciplina, furtos e brigas entre os alunos, 66,7% nas ocorrências de uso de drogas e quase 100% nos episódios de vandalismo e depredação da escola.




Fonte: Assembléia Legislativa

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