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Educação/Vestibular
Quinta - 01 de Dezembro de 2005 às 09:48

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O escritor peruano Alfredo Bryce Echenique se mostrou cético hoje em relação ao resultado das eleições presidenciais de 9 de abril no Peru, pois só vê líderes populistas como candidatos.

"Outra vez temos de escolher entre a aids e o câncer terminal, é horrível", disse à EFE o romancista peruano na sua visita à Feira Internacional do Livro de Guadalajara (FIL).

O intelectual lamentou que haja dois populistas puros liderando as pesquisas, Ollanta Humala, e o ex-presidente Alan García (1985-1990), e que o também ex-governante Alberto Fujimori (1990-2000) esteja planejando se candidatar.

"Os três são populistas e o populismo é um dos piores males, quase como o militarismo e a ditadura na América Latina", acrescentou o autor de "Um mundo para Julius" (1970).

Bryce disse que Humala está formando "um movimento racista, apelando para os piores instintos da sociedade peruana (...), o pior, o ódio", em seus atos pré-eleitorais. "É preciso advertir os peruanos de que Humala é, antes de tudo, um militar, e que fará um gasto armamentista brutal, e os pobres não verão um centavo".

Bryce se reuniu com amigos jornalistas em Guadalajara, no oeste do México, que também disseram estar preocupados com a situação pré-eleitoral do Peru. O escritor está disposto a empreender este trabalho proselitista e continuar repetindo sua mensagem para que o povo peruano não desperdice seu voto.

Bryce disse que as instituições latino-americanas são muitas vezes fracas e corruptas, e em muitos casos são cópias das que existiam em outros países, o que dificulta a solução dos problemas das sociedades da região.

"Os países da América Latina ainda não produziram nenhum discurso econômico ou político original. Copiamos a Constituição francesa, o código civil francês, o sistema parlamentar anglo-saxão. Isto é surrealismo", afirma.

Bryce apresentará hoje na FIL, a maior feira do livro em espanhol do mundo, seu último livro, "Permiso para sentir", o segundo volume de suas memórias, que não será o último.




Fonte: EFE

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