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Saúde
Sábado - 21 de Maio de 2005 às 13:17
Por: Aline Queiroz

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Preocupada com a suspensão da captação e transplantes de rins, a Recromasul (Associação dos Doentes Renais Crônicos e Transplantados de Mato Grosso do Sul) prepara ação judicial contra as secretarias estadual e municipal de Saúde, uma vez que a Santa Casa de Campo Grande, único hospital credenciado a realização do procedimento, não disponibiliza o serviço desde dezembro do ano passado. Pelo menos 340 pacientes prontos para o transplante aguardam na fila de doadores, alguns deles esperam durante anos.

De acordo com o presidente da Recromasul, Gesivaldo Carlos, desde dezembro a Santa Casa de Campo Grande está sem captação de órgãos e desde fevereiro deste ano, o médico responsável pelo setor deixou o hospital. O reflexo do problema é o número de transplantes, que diminuiu drasticamente e este ano apenas duas pessoas foram submetidas ao procedimento este ano, isto porque receberam órgãos de doadores vivos.

Conforme a assessoria de imprensa do governo, em 2004, o SUS (Sistema Único de Saúde) pagou 90 transplantes, número 25% maior que o total de procedimentos realizados em 2003, quando foram feitas 72 cirurgias. “Os transplantes só têm diminuído e ninguém dá uma satisfação”, revela Carlos.

Em Mato Grosso do Sul, pelo menos mil pessoas fazem hemodiálise, sem perspectiva de conseguirem transplantes. Somente em Campo Grande são 700 pacientes e o restante faz tratamento em Corumbá, Três Lagoas, Dourados, Ponta Porã e Corumbá. “Para nós que dependemos do transplante a situação é desesperadora. Parece que ninguém está interessado”, completa Carlos.

Ele descobriu a doença em 1994, um ano depois fez um transplante e seis anos após a operação houve rejeição. Desde janeiro de 2000 Carlos retomou a hemodiálise. “Estou na fila até hoje esperando transplante. Nunca procurei saber o número que estou na fila porque nem tenho mais esperança”, desabafa o presidente da associação.

O bacharel direito José Carlos Gomide, que faz hemodiálise há um ano e meio, prepara ação judicial que deverá ser impetrada na próxima semana. Ele poderá acionar também o MPF (Ministério Público Federal) e MPE (Ministério Público Estadual) contra as secretarias estadual e municipal de Saúde, com objetivo de retomar os transplantes.

“A demanda aumenta e só tem uma forma de baixar esta fila: os hospitais aumentarem as operações. Só tem um hospital que faz o transplante, que é a Santa Casa. Não podemos ficar parados enquanto tem gente morrendo”, completa o bacharel.





Fonte: Midiamaxnews

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