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Educação/Vestibular
Sexta - 15 de Abril de 2005 às 09:43
Por: NEUSA BAPTISTA

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Dezenas de professores e alunos do campus da Unemat de Barra do Bugres participaram nesta quinta-feira (14.04) da reunião convocada pela Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Secitec) a fim de discutir sobre a necessidade de um planejamento estratégico de longo prazo para a instituição. A discussão foi coordenada pela secretária da pasta, Flávia Nogueira, que ressaltou a importância de que a Unemat reflita e se proponha a planejar as suas atividades no longo prazo, a fim de melhor aproveitar a sua potencialidade e focar melhor os seus investimentos.

Investimento em tecnologia, informática, na divulgação científica das pesquisas das universidades foram algumas das necessidades apontadas pelos professores. Mas a principal dificuldade é a falta de integração entre os campi da Unemat, hoje considerada insuficiente tanto pela equipe de Governo quanto pelos próprios representantes de Barra do Bugres. Sobre isso, a secretária alertou para a necessidade de que a universidade apresente suas prioridades como instituição, e não como campus, como vem acontecendo.

Ela ressaltou que a proposta de elaboração de um planejamento estratégico de longo prazo que está sendo feita pelo Governo do Estado não significa uma intervenção na autonomia da Unemat, mas sim uma ação para auxiliar a universidade a planejar o seu futuro. “Como gestores, nós repassamos os recursos para a Unemat, mas hoje estamos perguntando: para onde a universidade quer ir? Quais são os seus planos para o futuro?”, ressaltou ela, lembrando que é a própria instituição – e não o Governo – que deve definir suas prioridades.

FORMAÇÃO - De acordo com levantamento feito pela Secitec em 2003, Mato Grosso tem atualmente menos de 500 doutores, número insignificante se comparado a outras capitais como o Rio de Janeiro, onde esse número é de mais de 15 mil. O investimento em formação de recursos humanos também foi apontado como prioridade pelos professores e alunos do campus de Barra do Bugres.

“Mato Grosso é hoje campeão de produção agrícola, e isso tudo graças ao investimento em tecnologia”, destacou a secretária, apontando que esse investimento sempre foi da iniciativa privada. “Ainda hoje temos poucos doutores no Estado e, com isso, pouco capital intelectual. Em que a Unemat pode contribuir para mudar isso?”

DOUTORES – Atualmente 159 professores da Unemat estão em formação, 78 cursando Doutorado e 21 cursando Mestrado. A preparação de condições de trabalho para esses profissionais quando eles regressarem para a Unemat foi outra preocupação discutida. “É muito difícil chegar à instituição e não ter condições para desenvolver seu projeto”, ressaltou o professor Anderson, recém-doutor pela USP de São Carlos, em São Paulo. Ele apontou a necessidade de que esse profissional conte com um auxílio para se firmar no meio acadêmico. “O doutor dificilmente fica na instituição se ela não tiver um projeto institucional para ele, com linhas de pesquisa definidas”, destacou Flávia Nogueira. Investir na estruturação de linhas de pesquisa

A Unemat recebe atualmente 4,2% da receita tributária, o que corresponde, em 2005, a R$ 69 milhões. Uma preocupação expressa tanto pela equipe de governo quanto pelos representantes do campus foi a expansão da Unemat. De acordo com a secretária Flávia Nogueira e com o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso (Fapemat), Antônio Carlos Camacho, a criação de novos cursos precisa ser repensada pela universidade, pois por causa do grande número de cursos, a quantidade de professores é muito grande.

Sobre isso eles apontaram que, caso realizasse concurso para preencher todas as vagas para os cursos já existentes e para aqueles em vias de criação, a Unemat não conseguiria se manter financeiramente, pois a maioria dos recursos seria apenas para cobrir a folha de pagamento.

PÓS-GRADUAÇÃO - A necessidade e a urgência de se investir em pós-graduação foi apontada pelos participantes. A esse respeito a parceria com outras universidades foi apontada como uma das soluções, sendo uma das vias o Programa de Qualificação Institucional (PQI), desenvolvido pela CAPES.

O coordenador do campus de Barra do Bugres, Júlio César Geraldo avaliou como positiva a iniciativa da Secitec em propor o planejamento estratégico. Ele apontou que falta integração e interação entre os campi, e que não há uma compreensão de todos os funcionários em relação a essa necessidade. “Quem trabalha aqui há muito tempo sabe o quanto é difícil para os membros da cada campus pensar de forma integrada, como instituição”, disse ele.

Na opinião da professora Janaína Santana, a reunião foi um momento muito rico. “Foi preciso vir alguém de fora para nos mostrar que precisamos refletir sobre o nosso futuro”, disse ela. “Nós discutimos diariamente sobre extensão, ensino, mas não falamos sobre o projeto pedagógico da nossa instituição.”



A equipe, composta também pelos superintendentes Ilma Grisoste e Geraldo Grossi Júnior visita ainda nesta quinta-feira o campus de Tangará da Serra.





Fonte: Assessoria/Secitec-MT

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