CUT e Força defendem, na Câmara, projeto de reforma sindical

Brasília - Representantes de centrais sindicais participaram, hoje, na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, de um debate sobre o projeto de reforma sindical. O representante da CUT, Artur Henrique da Silva Santos, defendeu a proposta. "É mentiroso quem diz que essa reforma sindical vem trazer perda de direitos dos trabalhadores", afirmou. Ele defendeu também o fim do imposto sindical e sua substituição por uma contribuição de acordo coletivo, como prevê o projeto, e o fim da unicidade sindical, também prevista no projeto.

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, sugeriu uma mudança do texto da proposta referente à unicidade sindical. A mudança seria instituir critérios para manter a unicidade sindical. "Não queremos que um malandro crie um sindicato para receber imposto sindical", afirmou Paulinho.

Muitos sindicalistas acompanharam a audiência pública fazendo manifestações barulhentas. Enquanto a maioria dos representantes da Força Sindical gritava palavras de ordem a favor da reforma, poucos, porém barulhentos, criticavam a proposta, entre eles também representantes da Força.

"Ô, Collares, vamos virar de costas", gritou o dirigente da Confederação do Trabalho e Comércio, Luís Eduardo de Barros, protestando contra a defesa da reforma feita por Paulinho, da Força Sindical. Ele queria que o deputado Alceu Collares (PDT-RS), mesmo partido de Paulinho, se manifestasse contra a reforma.

Para esta audiência, a Comissão de Trabalho convidou as centrais que estão a favor do projeto. Em audiência anterior, foram ouvidos representantes de entidades que são contra.

A proposta de reforma sindical ainda está na primeira fase de tramitação na Câmara, na Comissão de Constituição e Justiça. Se aprovada por ela, segue para uma comissão especial, de onde sairá o texto a ser votado pelo plenário. Portanto, o projeto não passará pela Comissão de Trabalho que promoveu o debate de hoje.