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Saúde
Sexta - 01 de Abril de 2005 às 10:07

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A publicação dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas, por parte da Secretaria de Estado de Saúde, vem beneficiar a uma população de aproximadamente, 3.800 pessoas que precisam de atenção para doenças de difícil tratamento não contempladas pelo protocolo do Ministério da Saúde. A comunidade médica de Mato Grosso tem acusado boa aceitação da publicação.

O especialista em ginecologia e obstetrícia do Hospital Geral Universitário (HGU), Ney Pereira, comentou que “os Protocolos Clínicos vêm contribuir para a prática de uma medicina de resultados, que é a necessidade maior dos usuários do SUS”.

Uma doença de difícil tratamento com a qual Ney Pereira tem lidado na sua especialização é a toxoplasmose gestacional (doença que causa defeitos no feto). Cerca de 16 portadores da toxoplasmose obtêm medicamentos da Coordenadoria Farmacêutica de Saúde, previstos nos Protocolos Clínicos, para combater a doença.

O coordenador da Assistência Farmacêutica da Saúde, Diogo Soares de Aguilar, explicou que as doenças contempladas pelo presente volume dos Protocolos Clínicos do Estado foram uma complementação de portarias anteriores.

Ney Pereira afirmou que a medicina dispensada aos usuários do SUS precisa seguir três regras básicas. “Primeiro tem de ser uma medicina preventiva. Depois precisa ser uma medicina programada, o que envolve o trabalho da Central de Regulação. E por último, mas não menos importante, tem de começar pela base, isto é, o atendimento tem de usar a porta de entrada do sistema que são as unidades básicas de Saúde”, explicou.

Para Ney Pereira a medicina é uma ciência inexata. “Ela tem de ser baseada em evidências e precisa ser exercida por meio de equipes multiprofissionais para obter os melhores resultados”, defendeu.

”E é aqui que entram os Protocolos Clínicos. Eles dão qualidade ao serviço prestado ao paciente do SUS, protegem e qualificam os profissionais de medicina, protegem a instituição que administra o tratamento da doença e ao próprio paciente, que recebe serviço da melhor qualidade”.

O cuidado com doenças crônicas (como o lupus eritematoso sistêmico, por exemplo, que ataca o sistema imunológico) requer um envolvimento de toda a família, do corpo clínico e do próprio Estado. O Doutor em reumatologia, pela Universidade de São Paulo, e coordenador de um ambulatório de Lupus no Hospital Júlio Müller, Luiz Sérgio Guedes Barbosa, comentou que a publicação dos Protocolos Clínicos é parte do envolvimento do Estado no tratamento desses tipos de doenças.

”Eles, os Protocolos Clínicos, nos dão a garantia da continuidade do tratamento com a aquisição constante de medicamentos. Como a hipertensão, os diabetes, e outras doenças crônicas, o lupus eritematoso sistêmico não tem cura mas pode ser controlado garantindo uma melhor qualidade de vida ao paciente. Isso só pode ser conseguido se os pacientes tiverem a garantia de obtenção regular desses remédios que é justamente o que os Protocolos Clínicos garantem”.

O reumatologista classificou os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas de Mato Grosso como “uma porta aberta que garante, aos portadores de doenças crônicas e de difícil tratamento, o acesso aos cuidados do SUS e a possibilidade de controle dessas doenças com menor quantidade de medicamentos mas que têm garantida a regularidade da obtenção”.

Luiz Guedes sugeriu que os pacientes portadores de lupus eritematoso sistêmico, dos quais cerca de 06 obtêm medicamentos na Coordenadoria de Farmácia da Saúde, se organizem em uma associação para facilitar a garantia da excelência do atendimento conseguido.





Fonte: Da Assessoria

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