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Educação/Vestibular
Sábado - 05 de Junho de 2004 às 11:55

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Pesquisadores, professores, alunos e técnicos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), técnicos e dirigentes de órgãos ambientais governamentais e não-governamentais, e demais instituições de ensino superior de Mato Grosso participam do I Seminário do Projeto de Reflorestamento para Seqüestro de Carbono, no auditório da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (Famev).

"Essas iniciativas são importantes, pois podem instigar novos grupos de pesquisa", afirmou a Pró-reitora de Pós-graduação, Marinêz Isaac, ao destacar o papel das parcerias no desenvolvimento de pesquisas, durante abertura do encontro hoje (4) de manhã.

Apesar de serem parciais, o representante do Instituto Pro Natura, Antônio Horta, afirma que os resultados são importantes para o desenvolvimento do conhecimento científico. Evidencia, segundo ele, que o projeto está dando certo e "espero que se consolide".

"A intenção é mostrar as pesquisas realizadas, aproveitar os dados e abrir um leque de novos trabalhos", completa o coordenador do seminário, engenheiro floresta José Vespasiano Assumpção.

Executado pela ONF Brasil, o Projeto de Reflorestamento é uma iniciativa pioneira na amazônia brasileira quanto à questão do seqüestro de carbono. Esse projeto antecipa os problemas que decorrerão das tentativas de se reflorestar áreas de pastagens estabelecidas na região amazônica, visando a eficiência no balanço de carbono.

O projeto está no quinto ano de execução e há três anos foi firmado um convênio de cooperação técnico-científico com a UFMT. O convênio tem duração de cinco anos. As principais metas do reflorestamento estão finalizadas e ainda continuam sendo implementadas ações para a geração de dados científicos de qualidade, permitindo avaliar melhor a eficiência do reflorestamento na luta global contra o efeito estufa.

Hoje de manhã, o diretor da ONF Brasil, Yves-Marie Gardette, fez uma apresentação detalhada do projeto. Em setembro de 1998, a Peugeot, patrocinador do projeto, contratou a ONF (Office National des Forêts), empresa francesa de gestão florestal, para realizar um poço de carbono florestal na Amazônia mato-grossense, com objetivo de lutar contra o efeito de estufa.

O projeto iniciou no Brasil, em 1999, com a criação da ONF Brasil e a compra da fazenda São Nicolau, com 10 mil hectares, em Cotriguaçú (MT). São sete mil hectares de floresta nativa e três mil hectares de pastagens e área de mata ciliar. O município está inserido em um bioma que detém o maior número de espécies vivas do planeta, a floresta tropical amazônica.

Segundo Yves, a empresa ONF Brasil emprega hoje uma média de 23 pessoas para os trabalhos de implementação e de manutenção dos plantios da fazenda. Em julho de 2000, foi criado o comitê científico do projeto que envolve 15 profissionais de diferentes áreas: mudanças climáticas e seqüestro de carbono, reflorestamento e silvicultura tropical, ecologia e biodiversidade, economia do meio ambiente. Esse comitê se reúne uma vez por ano para discutir os resultados do projeto.

Entre 1999 e 2003 foram realizadas campanhas de doação de 70 mil mudas para 83 pequenos proprietários dos municípios de Cotriguaçú e Juruena. Desde 2002, está sendo desenvolvido um programa de educação ambiental com visitas a Fazenda São Nicolau. Esse programa permite receber cerca de 300 alunos por ano durante 15 dias.

A fase de plantio do Programa de reflorestamento e silvicultura teve início em 1999 e término em 2003. Hoje, a fazenda tem uma área plantada de 1750 hectares, com 50 espécies nativas e uma exótica, a Teca.

Desde 2002, um programa de monitoramento da biodiversidade está sendo realizado pelos biólogos do Zoológico da UFMT. Até hoje, mais de 300 espécies de aves foram identificadas na área da fazenda São Nicolau, 44 de mamíferos, 53 de répteis e 43 de batráquios. Pelo menos seis espécies de aves e 16 de mamíferos encontrados na fazenda estão ameaçados de extinção.

O Programa de Monitoramento da Entomofauna, iniciado em março de 2002, é realizado pelos professores, técnicos e estudantes do laboratório de proteção florestal da UFMT.

Iniciado em 2002, o Programa de Medição dos Fluxos de Carbono faz parte do programa Experimentos em Grande Escala na Biosfera Atmosférica na Amazônia (LBA). É desenvolvido em convênio com a UFMT, através do departamento de Física.




Fonte: Da Reportagem

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