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Saúde
Segunda - 15 de Dezembro de 2014 às 13:37

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O governador Silval Barbosa e o prefeito de Sinop, Juarez Costa, ambos do PMDB, inauguram nesta segunda-feira, a partir das 19h30, o Hospital Regional de Sinop. O prédio, que foi entregue pelo ex-prefeito e atualmente deputado federal Nilson Leitão (PSDB) em dezembro de 2008, permaneceu fechado por seis anos.

Mote de campanhas eleitorais – tanto do atual prefeito, como do ex – a unidade hospitalar entrará em funcionamento com um centro cirúrgico composto de três salas, dez leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), cinco leitos de estabilização, enfermaria pediátrica, e equipamentos, como raio-X digital e arco cirúrgico para ortopedia.

A obra começou ainda em 2002. Depois de seis anos em construção, Leitão fez a cerimônia de entrega do prédio em 31 de dezembro de 2008. Na estrutura física foram gastos aproximadamente R$ 8 milhões, em valores da época. Os recursos saíram do governo federal, com contrapartida da prefeitura. Originalmente, o hospital foi entregue com espaço para 75 leitos de enfermaria e 25 UTI’s adulta e neonatal.

A partir da troca de prefeito, quando saiu Nilson e entrou Juarez, o embate político em torno do hospital ganhou musculatura. O ex-prefeito cobrava a inauguração da unidade. O atual gestor reclamava que aquilo era um “hospital oco”, pois só tinha as paredes, sem nenhum equipamento cirúrgico dentro. Debates em programas de rádio e TV – de ambas as partes -, discursos políticos e até uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Sinop fomentaram os motivos da “não abertura” do hospital. E cada um puxava a sardinha para o seu lado, afinal, a “culpa era sempre do outro”.

Depois de muita discussão, embates e manobras políticas, Juarez Costa garantiu, ainda em seu primeiro mandato, cerca de R$ 10 milhões junto ao governo federal para equipar a unidade hospitalar. Também conseguiu repassar a gestão do hospital para o Estado, deixando de ser municipal, tornando-se regional. Com isso, o custo da manutenção é do governo de Mato Grosso, e não da Prefeitura de Sinop.

Há dois anos, uma licitação foi feita e a Fundação de Saúde Comunitária de Sinop (que administra o Hospital Santo Antônio) foi a vencedora para administrar o hospital regional, e tudo indicava que a unidade iria funcionar. Não foi o que aconteceu. A direção da fundação aduzia que faltavam alguns equipamentos, como grupo gerador para manter as UTIs funcionando em caso de falta de energia elétrica.

Desde 2013, a Fundação Santo Antônio passou a gerir também o antigo Pronto Atendimento (PA), que é anexo ao Hospital Regional, mas as cirurgias eram feitas dentro do Hospital Santo Antônio. Assim, as emergências entravam pela porta do box do PA, passavam por uma rápida triagem e os casos que necessitavam de procedimento cirúrgico eram encaminhados para o hospital particular da fundação.

Em meados de 2014, surgiram denúncias do diretor do Polo Regional de Saúde de Sinop de que a direção da fundação não estava agindo de acordo com o repasse do Estado para a gestão do hospital público. Segundo a assessoria do governo, relatórios de auditoria do Sistema Único de Saúde (SUS) e Vigilância Sanitária enumeraram uma série de execuções indevidas, ferindo as obrigações assumidas em contrato.

Após “pressão” de Juarez Costa, em novembro de 2014 o governo do Estado determinou a intervenção administrativa no Hospital Regional de Sinop, que estava sendo gerenciado pela Fundação de Saúde Comunitária de Sinop. Desde então, o diretor do Polo Regional de Saúde, Manoelito da Silva Rodrigues, vem administrando o dinheiro do convênio. Em pouco mais de 30 dias, ele fez contrato de locação de dois grupos geradores e instalou os equipamentos cirúrgicos que faltavam para abrir a unidade hospitalar.

Com a parte física e de equipamentos prontas, faltava equipe médica. Um processo seletivo contratou mais de 200 profissionais para trabalharem na unidade, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, equipes de cozinha e de limpeza.

A partir de agora, a comunidade espera que o hospital regional cumpra seu principal papel, que é de atender aos enfermos e salvar vidas, e deixe de ser mote eleitoral para os dois grupos políticos que há 14 anos polarizam a política sinopense.





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