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Quarta - 15 de Abril de 2020 às 17:36
Por: Bruna Garcia/Mídia News

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A senadora mato-grossense Selma Arruda (Podemos)
A senadora mato-grossense Selma Arruda (Podemos)

A senadora Selma Arruda (Podemos) afirmou que a oficialização de sua cassação pela Mesa Diretora do Senado, nesta quarta-feira (15), é o capítulo final de uma "história cheia de ilegalidades".

Apesar de dizer que já esperava a decisão, a congressista revelou certa surpresa com alguns procedimento da Casa, como de não ser notificada da sessão da Mesa e de seu advogado ser avisado uma hora antes.

“Eu não tive acesso, pois a sessão foi feita de forma secreta. E só fiquei sabendo do que aconteceu lá porque alguns colegas do grupo Muda Senado estavam presentes e foram me avisando do que estava acontecendo. Então, de novo, acho que é o último capítulo de uma história cheia de ilegalidades, uma história cheia de mistérios e de forças ocultas que se uniram para conseguir esse mandato”, declarou.

A senadora voltou a criticar o ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD), afirmando que ele não é digno de ocupar a cadeira em seu lugar.

Acho que é o último capítulo de uma história cheia de ilegalidades, uma história cheia de mistérios e de forças ocultas que se uniram para conseguir esse mandato

Terceiro colocado na eleição ao Senado em 2018, Fávaro ganhou no Supremo Tribunal Federal o direito de assumir a vaga aberta com a cassação de Selma, até que um novo senador seja eleito em Mato Grosso.

“Espero que a pessoa que ocupe o cargo faça de forma republicana. Sei que o Fávaro não vai fazer de forma republicana. Espero que ele não venha a ocupar o cargo. Espero que o recurso contra a decisão espúria do ministro [do Supremo] Dias Toffoli tenha êxito”, disse Selma.

“O Fávaro não merece ocupar o cargo, nem por ter sido terceiro lugar, nem por ter utilizado de tantos expedientes ilícitos, escusos, safados, para usar provas falsas, para conseguir a minha condenação, reverter o sentido das coisas, simplesmente manipular o resultado do julgamento. Alguns milhões ele usou para conseguir esse sucesso”, completou.

No final de janeiro, o ministro Dias Toffoli determinou a posse de Fávaro até que haja nova eleição. O pleito estava previsto para o dia 26 de abril, mas foi suspenso pela Justiça Eleitoral em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil.

“A gente sabe que esses milhões foram apenas aplicados. Eles não foram perdidos. E ele [Carlos Fávaro] vai buscar esses alguns milhões em algum lugar. Com certeza não vai ser de forma lícita. Digo isso e repito: o advogado dele não é um advogado barato. Aliás, uns 15 a 20 advogados que ele contratou não são nada baratos. A gente sabe que são advogados milionários, advogados que cobram milhões e todo mundo sabe que ele não tem condições econômicas de contratar esses advogados. Portanto a gente sabe que tem pessoas financiando esse ato”, acusou.

Selma declarou ainda que o povo mato-grossense sabe que ela foi vítima de um grupo político, sem citar nomes.

“Penso que essa turma está se cobrando, se recuperando, descontando, as sentenças, condenações e prisões que eu fiz aqui. Todos sabem que os partidos envolvidos nesse antro de corrupção são fortes no Brasil e esses partidos é óbvio que têm interesses que não estejam no Senado pessoas que combatam essa forma, como ainda se faz aqui em Mato Grosso, numa corrupção deslavada, descarada”, acusou.

Eleição suplementar

Selma acredita que a população de Mato Grosso não irá votar com Fávaro na eleição suplementar.

“Tenho certeza absoluta que a população de Mato Grosso jamais votará nesse sujeito [Carlos Fávaro], pois sabe de toda sujeira que ele foi capaz de fazer para me tirar. E agora, nas próximas eleições, espero apoiar uma pessoa que siga os mesmos princípios e ideias, que pertença ao Muda Senado e faça a diferença”, disse.


Condenação

Selma foi condenada em abril do ano passado por caixa dois e abuso do poder econômico na eleição de 2018. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ratificou a decisão e determinou uma nova eleição.

Nesta quarta-feira, a Mesa Diretora oficializou a decisão, que agora deve ser lida em plenário e publicada no Diário Oficial.





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