Em BO, advogado alega que sofreu ameaças de juiz em MT por WhatsApp Magistrado é suspeito de efetuar disparos por não aceitar fim de casamento

Boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar informa que o juiz Cláudio Deodato Rodrigues Pereira, de 42 anos, lotado na a 2ª Vara de Pontes e Lacerda (448 km de Cuiabá), já havia feito ameaças contra o namorado de sua ex-esposa, um advogado de 32 anos. Na última segunda-feira (6), o magistrado foi até a casa da ex-mulher, no município de São José dos Quatro Marcos (315 km da Capital) apontou uma arma para a direção dela, proferiu xingamentos contra o namorado da vítima e depois efetuou um disparo contra a caminhonete do jurista.

Consta no boletim de ocorrência, obtido pelo FOLHAMAX, que o juiz foi até a casa da ex-esposa, na região central de São José dos Quatro Marcos, acompanhado do pai, da mãe e do filho de apenas três anos. No local, ele tentou uma entrada forçada e não conseguiu.

Em seguida, foi até o carro dele e buscou uma arma, passando a fazer supostas ameaças e xingamentos contra o advogado que estava dentro da casa da namorada, que tem 40 anos. Consta no boletim de ocorrência, confeccionado pela 3ª Companhia PM de São José dos Quatro Marcos, que o suspeito (juiz) retornou para dentro do carro, pegou uma arma de fogo.

Em seguida, com a arma em mãos, apontando para a ex-mulher, chamava pelo namorado dela, utilizando palavras como: “manda esse rato sair, esse vagabundo, isso não é homem”? Em seguida, fez um disparo em direção à caminhonete do advogado atingindo a tampa traseira.

A ex-mulher, com medo de ser baleada, correu para dentro de sua residência e recolheu a cápsula da munição utilizada no disparo. O advogado, também identificado como vítima no documento policial, relatou “que já recebeu em datas anteriores ameaças por parte do senhor Cláudio, sendo ameaças feitas pelo aplicativo WhatsApp através do número proferindo mensagens com tom de ameaça e injúria. E também por ligação”.

Uma capsula de munição calibre 9 milímetros foi apreendida no local do fato, na rua Rio Grande do Sul, no centro de Pontes e Lacerda. O documento policial relata os crimes de dano, ameaça e disparo de arma de fogo, todos consumados. O juiz não foi preso pelos policiais militares que atenderam a ocorrência. A ex-esposa solicitou medidas protetivas para que o juiz não se aproxime dela e do namorado.

Agora, a investigação será conduzida pela Polícia Civil. Em nota, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), informou que a Corregedoria-Geral da Justiça já abriu inquérito judicial para investigar o comportamento do magistrado. Após os andamentos, ele será submetido ao Órgão Especial.

“Também foi instaurado procedimento administrativo para apurar desvio de conduta ao Código de Ética e Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman), além da Resolução n 135 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). São dois procedimentos. Um na esfera Administrativa e outro na Criminal. O Poder Judiciário de Mato Grosso não compactua com comportamentos da natureza relatados pela imprensa e atuará com o devido empenho no caso, assegurando o processo legal e ouvindo os envolvidos”, diz a nota do JTMT.