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Saúde
Quarta - 29 de Fevereiro de 2012 às 07:37
Por: JOANICE DE DEUS

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PEDRO ALVES/DC
Zero para o SUS: além da dor do parto, Laudelina Peixoto, de 24 anos, sofreu com a burocracia na hora de trazer Augusto
Zero para o SUS: além da dor do parto, Laudelina Peixoto, de 24 anos, sofreu com a burocracia na hora de trazer Augusto
Com classificação de gravidez de risco desde o início de sua gestação, a auxiliar de almoxarifado Laudelina Lopes Peixoto, de 24 anos, dá nota zero para os profissionais que a atenderam durante o seu parto em um dos principais hospitais públicos de Mato Grosso.

São mulheres como ela que o Ministério da Saúde vai ouvir a partir de abril para avaliar a qualidade dos serviços prestados às gestantes assistidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Laudelina conta que fez o seu pré-natal no Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM). Lá, desde o início, o médico afirmava que ela não teria condições de ter parto normal e que, mesmo realizando cesariana, havia riscos de sofrer uma hemorragia.

Com setes meses de gravidez, a bolsa d’água que envolve o bebê no útero se rompeu, e ela, depois de passar por pelo menos outras duas unidades, conseguiu atendimento no Santa Helena, onde foi bem assistida, segundo ela.

Porém, como vinha sendo acompanhada no HUJM e devido à classificação de risco, a família insistiu que Laudelina Peixoto fosse transferida para a unidade federal. Na burocracia do Santa Helena para o HUJM, ela afirma que ficou quatro dias com a bolsa rompida.

“Foi tudo diferente do que imaginava. A médica (de plantão) do Júlio Muller queria que eu tivesse parto normal. As contrações aumentaram e sentia muitas dores. Fiquei quatro dias com a bolsa rompida, sofri uma hemorragia externa e, só por isso, meu filho pegou infecção e teve que ficar 11 dias internado”, conta. Apesar de sete meses, Augusto, hoje com três meses, nasceu com 51 centímetros e 2,26 quilos.

Mais sorte teve a dona de casa Rosana Joaltina de Araújo, 27 anos. Grávida do seu terceiro filho, ela garante que desde o pré-natal até a assistência hospitalar sempre foi bem atendida.

“Nunca tive problemas. Fiz o pré-natal e meus dois outros partos pelo SUS e os médicos e enfermeiros sempre foram bem atenciosos. Não tenho do que reclamar”, afirma.

Procurada pela reportagem do Diário, a direção do HUJM informou que o hospital conta com uma Comissão de Ética, para a qual denúncias ou reclamações como a de Laudelina podem ser formalizadas por escrito e, a partir daí, serão apuradas.

Conforme a Agência de Saúde do MS, a partir de abril a Ouvidoria do SUS vai realizar contatos telefônicos com as mulheres que tiveram filhos durante o mês de março com perguntas sobre qualidade da assistência à saúde durante o pré-natal, parto e pós-parto.

Os números dos telefones serão obtidos nos formulários de Autorização para Internação Hospitalar (AIH). Publicada no Diário Oficial da União na última segunda-feira (27), a portaria 133 torna obrigatório o preenchimento do campo “telefone”.

A ação é inédita e faz parte da estratégia da Rede Cegonha, lançada no ano passado pelo governo federal. A pesquisa será realizada pela Ouvidoria Nacional do SUS. Desta forma, o ministério pretende conhecer o nível de satisfação dos usuários quanto ao atendimento recebido.

A partir desses resultados, o Ministério também gerará relatórios de avaliação do atendimento e enviará para os gestores locais. A intenção é identificar pontos que precisam ser melhorados.

Neste ano, o telefone da ouvidoria foi simplificado: os antigos dez dígitos foram substituídos pelo 136, de fácil memorização e uso pela população. O serviço é gratuito, de telefone residencial, público ou celular. (Com Agência Saúde).




Fonte: Do DC

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