Publicidade
Repórter News - www.reporternews.com.br
Saúde
Terça - 06 de Dezembro de 2011 às 08:06

    Imprimir


Pronto-atendimento: estudo mostra que médicos fogem da desorganização e ineficiência do Sistema Único de Saúde
Pronto-atendimento: estudo mostra que médicos fogem da desorganização e ineficiência do Sistema Único de Saúde
Cuiabá tem 17% da população mato-grossense, mas abriga 42% de todos os médicos em atuação no Estado. O dado faz parte da pesquisa “Demografia Médica no Brasil”, realizada em parceria entre o Conselho Federal de Medicina e o Conselho Regional de São Paulo.

A má distribuição da população médica no Brasil, aliás, é um problema generalizado. Além disso, o estudo mostra que os profissionais estão cada vez mais vinculados a planos de saúde e pouco afeitos ao Sistema Único de Saúde.

Esta realidade é facilmente observada pela população que precisa de atendimento médico, seja ela pobre ou rica. Nos consultórios médicos de Cuiabá, é comum encontrar pacientes que vieram do interior em busca de uma especialidade específica, algo raro nas cidades menores.

Já nas unidades públicas, a realidade é bem mais grave: além da falta de recursos e infraestrutura, há escassez de profissionais vinculados ao SUS.

Esta carência no SUS fica explicitada em um trecho do estudo que coloca Mato Grosso entre os três piores estados no que diz respeito a postos de trabalho em estabelecimento público. Este índice mensura o conjunto de postos de trabalho ocupados por médicos e não o número de profissionais.

Assim, o médico deixa de ser contado como um único profissional. Um mesmo indivíduo, se atender em dois locais ou tiver dois diferentes vínculos, será contado como dois postos de trabalho médico ocupados.

Em Mato Grosso, existem 3.158 postos na rede pública. Enquanto isso, o contingente de pessoas que usam o SUS é de 2.656.026. Isso quer dizer que, para cada grupo de mil pacientes da rede pública, existe um 1,18 posto de trabalho.

Em situação pior que a de Mato Grosso estão apenas o Maranhão (0,98) e o Pará (0,89). No Rio de Janeiro, o melhor neste quesito, a razão é de 3,63. A média brasileira é 1,95.

Neste trecho, o estudo mostra a disparidade de atendimento quando se compara serviços público e privado. No Estado, existem 2.957 postos de trabalho médicos vinculados a planos ou seguros de saúde.

Já a população que faz uso destes serviços é de 377.965 pessoas. Assim, para cada grupo de mil pessoas cobertas por plano ou seguro, existem 7,82 postos de trabalho.

Isso quer dizer que, para uma pessoa com plano de saúde, é sete vezes mais fácil receber atendimento médico do que alguém que usa o SUS. Se o usuário do plano for morador de Cuiabá, então, a facilidade é ainda maior.

Os 154.317 cuiabanos que têm planos de saúde possuem à sua disposição 1.654 postos de trabalho, o que dá uma razão de 10,72 postos para cada grupo de mil usuários.

O estudo também contabilizou a distribuição de médicos generalistas e especialistas. Em Mato Grosso, 59,9% dos profissionais são especialistas, contra 40,1% de generalistas. Para cada médico generalista, há 1,5 especialista. A razão é melhor que a média nacional, que chega a 1,23.

Dos 371.788 médicos brasileiros em atividade, 55,1% são especialistas. Os demais 44,9% são generalistas. A razão especialista/generalista por regiões reflete de alguma forma a distribuição de profissionais. Além disso, a análise dos dados sugere a possibilidade de que esses especialistas, dentro de um mesmo estado, estejam concentrados mais na capital e com atuação mais voltada para o setor privado.




Fonte: Do DC

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/66442/visualizar/