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Educação/Vestibular
Segunda - 14 de Outubro de 2013 às 07:09

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A greve dos trabalhadores da rede estadual de ensino, que já dura dois meses, tem causado preocupação aos estudantes que vão fazer o vestibular e também o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cujas provas serão realizadas nos dias 26 e 27 de outubro. Alguns alunos avaliam que o desempenho deles pode ser prejudicado por causa dos dias letivos perdidos com a paralisação.

“Mesmo se voltarem as aulas nos próximos dias, não sei se vai dar tempo de ver conteúdo. Não custa tentar, mas acho que é tempo perdido”, diz Gabriel Lopes, de 16 anos, que estuda na Escola Estadual Adalgisa de Barros, no Bairro Jardim Aeroporto, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Ele vai tentar entrar na faculdade de agronomia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Larisse Alves, de 17 anos, que vai prestar vestibular para engenharia aeronáutica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), uma das instituições mais concorridas do país, estuda na escola Pedro Gardes, no centro de Várzea Grande, que retomou as atividades na semana passada. Mas, ainda assim, ela acha que não terá tempo para recuperar as aulas perdidas.

“Acho complicado conseguirmos fazer isso. Eu acho que os professores não estão pensando nos alunos, e sim, neles mesmos. Estudei a vida toda em escola pública e é a primeira vez que enfrento uma greve. Isso acabou prejudicando os alunos”, afirma.

Os dois estudantes, no entanto, dizem entender a reivindicação dos grevistas. “Eu acho que eles têm a obrigação de fazer protesto, porque realmente a situação não está boa. Entendo o ponto de vista deles. Mas ao mesmo tempo estamos decepcionados com esse descaso com a gente”, diz Gabriel.

Larisse acha que os trabalhadores não estão errados em se mobilizarem e também culpa o estado pelo que está acontecendo. “Os professores estão no direito deles. Entendemos isso. E o governo não dialogou com eles e acabou gerando essa greve”, opina.

"Preocupação é de todos"
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Henrique Lopes do Nascimento, diz que a preocupação com as aulas é de todo mundo, e não só dos estudantes, e que a situação dos profissionais chegou ao limite.

“Nós somos uma categoria que não tem respeito perante a sociedade e nem perante ao governo. E a própria sociedade não enxerga no magistério uma carreira atrativa. É só perguntar aos estudantes: Quantos deles vão se inscrever [no Enem] para ser professores? Tem algo de errado. Se é uma profissão que ninguém quer seguir, significa que é uma profissão que não recebe a devida valorização necessária”, comenta.

Nascimento diz que os educadores compõem uma categoria que, acima de tudo, carrega a educação nas costas. “Nós, na condição de educadores, precisamos lutar para ter escolas melhores. Inclusive, faço uma pergunta aos alunos que vão fazer o Enem, futuros pais dos alunos quando estivermos aposentados: É essa a escola que vocês querem para os filhos de vocês? Que tipo de escola vocês querem para o filho de vocês?”, questiona.

O sindicalista declara ser importante exigir mais qualidade na educação e que é preciso que a profissão de educador seja respeitada. “Então, eu conclamo a todos e a todas para batalhar por uma escola pública que seja melhor, inclusive, pros filhos e filhas da classe trabalhadora. Os educadores exigem respeito da sociedade em função disso. E, se não pode ajudar, por favor, não atrapalhe”, finaliza.





Fonte: Do G1 MT

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