Artigos Opinião
Um Dedo de Prosa
O retrato do Parlamento revela parte de uma fotografia maior, a da própria sociedade. Por isso, há quem diz, e não sem razão, que o comportamento dos políticos jamais é distinto dos demais brasileiros. Estes, igualmente, se valem do “jeitinho”, do “furar a fila” e do “corpo mole” com os negócios públicos. A coisa pública quase sempre substituída pelos interesses particulares. Portanto, não se deve estranhar quando deputados agem como “caititus”, parafraseando aqui certo líder partidário, e dessa maneira prosseguem em seus mandatos, com vistas a se manterem permanentemente no poder.
O estado que eu quero!
Lutamos sim pela redivisão do Estado de Mato por acreditarmos que ele não está sendo enxergado pelos comandantes deste tão grande território, que mais parece um país de tão grande, mas tão esquecido em alguns aspectos.
Nada Sobre a Denúncia de Fraude
Na sessão de terça-feira (29/11), dois ou três deputados estaduais levaram para a tribuna a denúncia de fraude na mudança da matriz de responsabilidade do modal de transporte previsto para Cuiabá, de BRT para VLT. Uma sensação de satisfação tomou conta de quem se encontrava pela galeria. Sensação, porém, logo desaparecida. Pois não se viu discussão, nem cobrança de coisa alguma. As falações foram para outra direção. Bastante diferente da que de fato deveria ser, e o que se ouviu foi à repetição de chavões: “ação orquestrada”, “notícia sensacionalista” e “lobby dos defensores do BRT”.
Denunciar é preciso...
Denúncias bem fundamentadas - veiculadas pela imprensa, que cumpre uma nobre missão social - têm levado ao afastamento e até à prisão de prefeitos, primeiras-damas, secretários e outros figurões político-administrativos, gente historicamente intocável. Tem sobrado também para governadores e ministros suspeitos de agirem à margem da lei e da moralidade administrativa. Ao ver punidos esses colarinhos brancos, o povo, há muito incrédulo, tem motivos para voltar a confiar nas instituições. É muito importante que isto aconteça e, principalmente, que os cidadãos sintam-se seguros para denunciar às autoridades, ainda que de forma sigilosa, as falcatruas que sejam do seu conhecimento.
Produzir e preservar é possível
Os olhos do mundo se voltam para o Brasil quando o debate é sobre a necessidade de duplicar a produção de alimentos, pois a população do planeta somará 9 bilhões em 2050, segundo a ONU. Por que o Brasil? Certamente porque se leva em consideração o peso atual do nosso país: terceiro maior produtor de alimentos do mundo, primeiro produtor e exportador de açúcar, café, suco de laranja e álcool, e segundo principal produtor do complexo soja e de carne bovina. Mas o mundo olha também para o Brasil quando se debate o aumento de produção agrícola versus sustentabilidade, como se houvesse uma dicotomia entre ambas. É possível produzir e preservar.
O jurado absolve o acusado?
O Tribunal do Júri lida com os maiores valores da humanidade: vida, liberdade e justiça. Consiste numa instituição genuinamente democrática, que deve funcionar como importante instrumento de reafirmação do superdireito vida e da concretização da justiça no seio social. A soberania dos veredictos é um de seus princípios reitores. Ela deve ser entendida como a decisão que se sobrepõe a qualquer outra, que vincula o juiz-presidente ao ditar os termos da sentença, bem como as instâncias superiores do Poder Judiciário, não podendo estas contradizê-la.
Natal e a Sagrada Família
Em um tempo globalizado pela TV via satélite desde 1969, quando o homem deixou a Terra e pisou em outro astro, a Lua, vivemos um novo paradigma existencial. As religiões tradicionais - e sérias - perderam espaço para as imediatistas, milagreiras - cristãs ou esotéricas -, que prometem retorno financeiro, em suma, promovem o egocentrismo, disfarçado de sucesso e arrogância de humildade. Assim, refletir sobre Natal e a Sagrada Família não só é tema atual como necessário.
Funcionário fantasma, esse ladrão
O funcionário ou servidor fantasma é uma figura com que há muito tempo pulula na administração pública brasileira. Indicados por partidos políticos, cabos eleitorais ou apaniguados de figurões são nomeados para postos administrativos, muitas vezes excelentemente remunerados, mas não têm a obrigação de comparecer ao trabalho. Apenas recebem os salários, como verdadeiros vermes, numa espécie de pagamento que os eleitos fazem em troca do apoio eleitoral recebido dos próprios fantasmas ou de seus padrinhos. É a imoralidade personificada tanto na autoridade pagadora quando no beneficiário recebedor. Trata-se de salário indevido ou enriquecimento ilícito, pois resulta do tráfico de influência e não do trabalho prestado à repartição pública.
Hosana, um olhar de agradecimento
Os salmos bíblicos são, particularmente, a tradução dos sentimentos do coração humano. Há versos de arrependimento, de inquietação e súplica, mas também de louvor, de agradecimento e, esses, são a maioria deles.